quinta-feira, 3 de maio de 2012

Birdwatching na Serra Catarinense

I Festival do Papagaio-charão



Urupema nunca mais será a mesma, pois esse ano certamente foi um marco para o turismo de observação de aves. Entre os dias 27 a 30 de abril aconteceu o I Festival do Papagaio-charão, um evento inédito no Estado de Santa Catatina, idealizado pelo fotógrafo Dario Lins, que reuniu observadores e fotógrafos de aves de todo o Brasil (Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina).

A organização ficou sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal, Conselho Municipal de Turismo, IPAC (Instituto de Pesquisa e Aplicação Ambiental e Cultural)  e IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema).

A abertura oficial aconteceu na sexta-feira dia 27 às 19:00 hs  no centro da cidade ocasião em que foram lançados alguns projetos:  Cidade Digital, Sistema de Monitoramento e Vigilância, Vídeo Turístico Institucional e novo Site do Município.

Logo após o lançamento os observadores foram fazer a esperada corujada em busca de registro das espécies: Coruja-listrada e Corujinha-do-sul, atividade que atravessou parte da madrugada.  Todos os dias dormia-se tarde a procura de corujas e levanta-se muito cedo a espera dos bandos de Papagaios-charão que logo às 6:30 começavam a cortar os céus em busca de seu único alimento nesse período, o pinhão.


Foto: Sergio Berkenbrock


Já no sábado pela manhã o programa teve início às 09:00 hs com a apresentação do coral  “Cantos da Serra” que belamente cantaram o Hino de Urupema a logo após  os integrantes do Projeto Charão – da Universidade de Passo Fundo, apresentaram uma palestra com o tema: “Papagaio-charão na Serra Catarinense”. Uma verdadeira aula demonstrando as atividades de monitoramento e preservação da espécie, trabalho esse que têm garantido a preservação desta ave belíssima que em bandos de milhares de aves cortam os céus de Urupema. O espetáculo torna-se surreal para os observadores porque essa bela ave psitacídea está na lista das espécies ameaçadas de extinção. 



No período vespertino do dia 28 o professor e fotógrafo João Quental apresentou a palestra “Fotografando aves”. Palestra essa de motivação aos adeptos do birdwatching.  


Encerrado o evento, novas saídas a campo para fotografar o charão e outras espécies endêmicas da serra catarinense.  





Foto: Valdir Hobus

Foto: Valdir Hobus


No domingo houve ainda na parte da manhã palestra com o ornitólogo Adrian Eisen Rupp que abordou o tema  “ As Aves da Serra”.

Terminado o dia e com a chegada da noite mais corujadas e pela manhã novas tentativas de se registrar o charão, pois haviam dois concursos fotográficos o primeiro de categoria amador e o segundo profissional, no amador poderiam se escrever fotógrafos com câmeras compactas e podiam concorrer com fotos de qualquer ave fotografa na serra catarinense. Já o profissional era um desafio bem maior: fotografar durante o evento a estrela do festival o Papagaio-charão e dado o mau tempo às dificuldades se acirraram.

Foto: Verônica Yanina


Os Concursos tiveram a seguinte classificação divulgada pela Comissão Organizadora:

Concurso Amador:

1º Lugar – Luiza Fabre Pagani Paes (Papagaio-charão)



2º Lugar – Lesther Norival Werlich de Lins (Saíra-preciosa)




3º Lugar –  Rodrigo Nunes da Silva (Tiriba-de-testa-vermelha)




Concurso Profissional:

1º Lugar – Isis Gabler Lacombe



2º Lugar – Júlio Cesar Silveira



3º Lugar – Hiroshi Hattori Junior



Ao final das atividades houve pronunciamento dos organizadores: Prefeito Amarildo Gaio e também do Presidente do IPAC – Ari Fernando Raddatz e a convite o fotógrafo Dario Lins, fez uso da palavra parabenizando a Prefeitura Municipal e demais entidades envolvidas na organização, pelo sucesso do evento.

Urupema está de parabéns! Viva Urupema! Viva o Papagaio-charão, viva as aves da serra catarinense... E até 2013 na 2ª edição do Festival do Papagaio-charão.




terça-feira, 27 de março de 2012

Birdwatching na Serra Catarinense

FOTO "MANHÃ COM GEADA"  DE AUTORIA DO FOTÓGRAFO DARIO LINS É ESCOLHIDA PARA COMPANHA PUBLICITÁRIA DA GM – NOVA S10 2012.



A bela paisagem completamente branca pela geada que aprece na campanha publicitária da nova S10 e que está publicada nas revistas mais conceituadas do Brasil é de autoria do fotógrafo Dario Lins e foi registrada no inverno de 2011 no interior do município de Bom Retiro, na localidade de Matador.
A equipe de publicidade responsável pela campanha da caminhonete S10 selecionou cerca de 200 (duzentas) fotos de geada nos três Estados do Sul do Brasil, sendo que seis foram escolhidas como finalistas uma do Paraná, outra do Rio Grande do Sul e quatro do Estado de Santa Catarina, nos municípios de São Joaquim, Lages, Capão Alto e Bom Retiro. Após uma minuciosa escolha a empresa de publicidade do renomado fotógrafo Miro (Azemiro de Souza) contatou o fotógrafo Dario Lins para assinarem termo de cessão de uso da imagem. Assim sendo, a equipe esteve por cinco dias em Bom Retiro, realizando os trabalhos para a Chevrolet. 
Como a foto da geada registrada por Dario Lins foi obviamente no inverno foi necessário fazer diversos testes para conseguir as condições de luz e enquadramento se assemelharem. Haja vista que as fotos com a S10 foram feitas neste verão a equipe utilizou sal e cal para cobrir a vegetação e depois com recursos de fotoshop foi possível fundir a imagem da S10 sobre a foto original.
Dario Lins está imensamente feliz com os resultados do seu trabalho, pois além dos prêmios já obtidos com as fotos das aves belamente registradas, suas fotos paisagistas que tão bem retratam a beleza da Serra Catarinense começam também a ser valorizadas pela mídia publicitária.











segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Birdwatching na Serra Catarinense

MÃE-DA-LUA (NYCTIBIUS GRISÉUS)
A AVE FANTASMA


Há alguns meses foi informado de que nas noites e madrugadas se ouvia gritar um Ouriço-cacheiro (Coendou prehensilis) na região do Matador em Bom Retiro/SC. A pessoa que me informou reproduziu com a boca o som que ouvia e não tive dúvida de que não se tratava de um mamífero e sim de uma Mãe-da-lua (Nyctibius griséus), também conhecida por Urutau nome indígena que significa “ave fantasma”.
Por algumas vezes tentei encontrar a ave, porém sem sucesso. Durante o dia em meio à mata ou mesmo nas bordas da mata ciliar é como procurar uma agulha no palheiro, já que esta ave permanece o dia todo imóvel, completamente mimetizada com o ambiente. Ao pousar sobre um tronco ou galho podre, se camufla tornando-se impercebível. Mede cerca de 37 cm de comprimento e 80 cm de envergadura, possui uma adaptação única em aves, chamada de “olho-mágico”. São duas fendas na pálpebra superior, as quais permitem que fique imóvel por longos períodos, observando os arredores, mesmo de olhos fechados.
Nesta última semana por algumas vezes me dirigi de madrugada ao local e ouvi sua vocalização e juntamente com o Lesther, fomos em busca da ave-fantasma.
Logo que reproduzimos seu canto comecei com a lanterna a fazer uma varredura nas bordas das matas, havia muitos vaga-lumes pirilampando na escuridão, mas de repente uma luz bem maior que as dos vagalumes ficou estática em meio a mata. Não tive dúvida é a Mãe-da-lua que está bem próxima de nós. Tentamos nos aproximar, mas a ave-fantasma voou...
Continuamos insistindo, reproduzindo o canto da ave na tentativa de atraí-la. Então começamos a ver seu vulto sobrevoar, por sobre nós e ao nosso redor e indo pousar não muito longe. A princípio pousou sobre o um galho podre de uma grande árvore, conseguimos alguns registros, mas não estava ainda do nosso agrado. Afastamos-nos com o canto e mais uma vez a ave voou mudando-se de local, agora vindo pousar sobre um galho mais baixo e para nossa alegria ali permanecendo imóvel.
De momento em momento apenas movia os olhos e lentamente a cabeça. Essa ave confia tanto em seu mimetismo que nos permitiu uma aproximação incrível deixando ser fotografada sem se preocupar com a nossa presença.






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© Todos os Direitos Reservados - Estas fotos estão protegidas pela Lei do Direito Autoral, Nº 9.610, de 19/02/98. Portanto é proibida qualquer reprodução ou divulgação, com fins comerciais ou não, sem minha prévia autorização. Contato: e-mail - dario_lins@hotmail.com




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Birdwatching na Serra Catarinense

Azulão
(Cyanoloxia brissonii)



Os campos naturais com seus majestosos Pinheiros-brasileiros estão sendo invadidos por espécies exóticas como o Pinus elliottii. Batalhões de soldados estrangeiros cercam as isoladas Araucárias que tentam com bravura serrana resistir diante dos invasores.  

Essa descrição parece uma cena hollywoodiana, no entanto é real e assutadora, pois os resultados das monocuturas são catastróficas para o equilíbrio do ecossistema, interferindo diretamente na biodiversidade de aves, animais, plantas, insetos, etc.

No entanto, a luta de ecologistas garantiu por força de lei que banhados, nascentes e  margens de rios sejam preservados e impede o reflorestamento exótico nestas áreas. Assim sendo, os impactos se tornam menos agressivos e permite que inúmeras espécies possam encontrar meios de subsistir.

Esse é o caso do azulão, ave extremamente territorialista, não é possível vê-la em bando, se dividem em casais e ocupam uma grande área. Ocorre nas bordas das matas e usa essas áreas para alimentar-se de sementes, frutas e insetos.

Foi nesse tipo de ambiente preservado que hoje existe entre reflorestamentos de pinus que encontrtei essa bela ave, voando de um arbusto para outro com o bico repleto de sementes.  

Creio que um dia os ambientalistas serão reconhecidos por todos como aqueles que lutaram por um desenvolvimento sustentável.



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sábado, 12 de novembro de 2011

Birdwatching na Serra Catarinense

Maitaca-verde
(Pionus maximiliani)


 


O equinócio da primavera trouxe o equilíbrio entre a luz e trevas e as longas noites de inverno como num passe de mágica deram lugar à alvorada. Dia e noite têm agora a mesma duração.  
Estou em Capão Alto na companhia do meu filho e de um amigo. Tão logo o dia amanheceu já nos preparávamos para sair a campo para fotografar. Com a curiosidade que lhe é peculiar meu filho começou a observar a movimentação das aves nos frondosos galhos de uma araucária e com euforia me disse que havia avistado algumas maitacas-verdes alimentando-se de pinhão.

O pinheiro é generoso na serra catarinense, as pinhas que começam a debulhar em meados de abril geralmente terminam no final de julho, no entanto, existe uma variedade da semente conhecida como pinhão-macaco que amadurecem mais tarde, entretanto essas pinhas não debulham e os pinhões não caem. Assim sendo, o macaco-prego (Cebus nigritus) e o bugio (Alouatta fusca) são os responsáveis por sua derrubada e dispersão.
Aproveitando a tardia e generosa oferta de alimento maitacas-verdes com seu forte bico devoravam as últimas pinhas de pinhão-macaco que firmemente se prendiam aos galhos da imponente árvore símbolo da serra catarinense. 



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