segunda-feira, 9 de maio de 2011

Birdwatching na Serra Catarinense

FOTO DO DIA

Papagaio-charão (Amazona pretrei)



Neste final de semana estive em Urupema/SC, recepcionando os também fotógrafos de aves: Edson Endrigo e Fábio Schunk vindos de São Paulo/SP e Ciro Albano de Fortaleza/CE. Conforme o combinado,  como bom anfitrião serrano cheguei bem cedo ao local combinado - Eco Pousada Rio dos Touros.  Os amigos ainda não haviam chegado e enquanto preparava o equipamento fui surpreendido com um enorme bando de Papagaio-charão (Amazona pretrei), que pousaram num pinheiral do outro lado da Rodovia SC-439 no terreno de propriedade do senhor Armstrong, rapidamente me dirigi ao local e comecei a subir a colina para me aproximar das aves que pousavam nas araucárias para se alimentarem de pinhão. Enquanto fotografava os charão em voo, ouvi o som de um carro, eram meus amigos chegando, acenei e disparei alguns flashes para chamar a atenção deles, entenderam o sinal, fizeram a volta e chegaram onde eu estava. Rapidamente pegaram suas câmeras e juntos fizemos inúmeras fotos. Não demorou e o incontável bando levantou voo. Sem os papagaios por perto, saímos a campo a procura de outras espécies para fotografar. Durante todo o dia registramos o Grimpeirinho (Leptasthenura striolata), Tesoura-cinzenta (Muscipipra vetula), Noivinha-de-rabo-preto (Xolmis dominicanus), Arrédio-oliváceo (Cranioleuca obsoleta), Tico-tico-do-banhado (Donacospiza albifrons), Chopim-do-brejo (Pseudoleistes guirahuro), Tapaculo-ferreirinho (Scytalopus pachecoi), Curicaca (Theristicus caudatus), entre outras. Algumas espécies foram atraídas com playback. Com a tecnologia a disposição, quando víamos uma espécie interessante e não tínhamos o canto, rapidamente acessávamos com o celular o banco de dados do wikiaves e baixávamos o som. As fotos que fiz destas outras espécies serão apresentadas em futuras postagens. Hoje vamos nos dedicar ao Papagaio-charão. Após uma caminhada pelas matas e campos da Eco Pousada Rio dos Touros fomos para a antiga estrada de Urupema em direção ao Morro das Torres com seus 1750 metros de altitude, local muito bom também. E, como os papagaios retornam ao final da tarde pelo mesmo trajeto, nos dirigimos novamente para a propriedade do senhor Armstrong e nos posicionamos sobre a colina a espera dos bandos de charão. Perto das 17hs bandos imensos começaram a cortar os céus, e com o sol se pondo e uma luz muito favorável, como se fosse um estúdio fotográfico começamos a clicar. Fizemos inúmeros registros, extasiados com tanta beleza. É indescritível a sensação. Um misto de alegria, bem-estar. Comemorávamos a cada clique. o Edson Endrigo,Fábio Schunk e Ciro Albano que possuem larga experiência em observação de aves, ficaram encantados, dizendo que nunca haviam presenciado nada igual. Lá vem um bando de uns 200 indivíduos, click, click, click.   Lá vem outro com mais uns 300, click, click, click. Chega de foto! E quem disse que queríamos parar? Lá vinha outro bando, click, click, click. Paramos somente quando o último charão cortou o céu já no crepúsculo da tarde. Era hora de parar e apreciar o resultado deste dia fabuloso:



Papagaio-charão (Amazona pretrei) é uma ave da ordem dos Psittaciformes e pertencente à família Psittacidae. Mede cerca de 32 cm de comprimento, sendo assim, um dos menores papagaios brasileiros. Sua plumagem geral é verde, destacando-se a máscara vermelha que nos adultos se estende até a região posterior dos olhos. Também apresenta coloração vermelha no encontro das asas e das polainas das patas. O dimorfismo sexual fica evidente pelo fato do macho apresentar maior extensão da coloração vermelha, tanto na cabeça quanto nas asas, além do porte ligeiramente mais avantajado, quando comparados com as fêmeas. Utiliza cavidades de árvores para nidificar, a exemplo da maioria dos representantes dos psitacídeos. Reproduzem-se apenas uma vez ao ano, permanecendo fiéis um ao outro. A fêmea é responsável pela incubação dos ovos, que em sua grande maioria são em número de 3. A incubação dos ovos é de 29 dias. Neste período, o macho é responsável por providenciar a alimentação para a fêmea, que apenas deixa o ninho em torno de 3 a 4 vezes ao dia e durante poucos minutos para ser alimentada pelo macho. Após a eclosão dos ovos, quando nascem os filhotes, é necessário permanecer no ninho aproximadamente 53 dias para o seu desenvolvimento. Neste período, ambos participam buscando alimentação aos filhotes. Neste período, os pais retornam aos dormitórios coletivos. Quando os filhotes deixam o ninho em companhia de seus pais, em alguns dias são recrutados ao bando, que pernoitam em dormitórios coletivos. Ave típica do Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sua ocorrência está intimamente ligada à Floresta de Araucária, sendo o pinhão um dos alimentos essenciais para sua existência. Alimenta-se também de frutos, folhas e flores. O status de conservação dessa espécie é considerado como ameaçado de extinção, pertencente à categoria vulnerável. Na serra catarinense pode ser observada nos municípios de Urupema e Painel nos meses de abril a agosto, quando cortam os céus formando enormes bandos, ou pousados nas araucárias para se alimentarem de pinhão.  



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